Proposta PRE: Mobilidade Interna UFCG
Links relacionados:
Em discussão na Câmara Superior de Ensino, proposta que cria a Mobilidade Acadêmica Interna na UFCG. Novo regimento para as demais mobilidades acadêmicas também esta em discussão.
A Universidade Federal de Campina Grande define-se, já em seu estatuto, com sua estrutura multicampi, obrigando-se a promover e estimular a intercomplementaridade dos cursos e programas de pesquisa e extensão nos diversos campi universitários, evitando a duplicação de meios para fins idênticos ou equivalentes.
O modelo de gestão multicampi impõe uma grande carga para o planejamento das estruturas administrativas e cria uma pressão bastante grande para o estabelecimento da equidade administrativa. Historicamente esse modelo de estrutura universitária também está mais fortemente associado com o desenvolvimento regional e com a promoção da igualdade de acesso e condições de permanência do alunado.
O desafio de uma estrutura descentralizada é garantir o livre curso do que naturalmente deve acontecer, uma maior capilaridade, liberdade e conexões mais íntimas com as sociedades locais, garantindo uma integração com o poder central, uma uniformidade acadêmica e uma democracia ampla entre os diferentes segmentos representativos da comunidade acadêmica.
Enquanto cada campus deve gozar da sua liberdade para interagir com a sociedade de sua microrregião, devemos ter o sentimento de uma única Universidade, em que cada unidade se sinta devidamente representada, em que a qualidade da Educação é oferecida de maneira uniforme. Cada curso ou projeto, cada Unidade Acadêmica ou Centro, são todos igualmente importantes do ponto de vista da Administração Central e deles deve emanar a legitimidade para as ações administrativas.
O modelo de administração de uma Universidade Multicampi é obrigatoriamente um modelo verticalmente igualitário, isto é, as relações entre administração central e unidades devem respeitar a sua igualdade nos limites de sua autonomia.
As unidades, centros e campi também se relacionam entre si. Atualmente isso é realizado na esfera política e na esfera administrativa principalmente. Muito pouco do patrimônio é compartilhado, e existe uma colaboração de pesquisa ainda de pouco volume.
A construção de uma Universidade é uma tarefa contínua, em que as contínuas e mutáveis pressões da sociedade e dos órgãos governamentais devem ser cotejadas e a missão fundamental do ensino de qualidade seja adequada em função dessas demandas, mas sem que se curve inteiramente a ela, garantindo à Universidade uma personalidade e um modo próprio de atuar como agente social.
O mesmo argumento atinge a relação entre os diferentes campi com o todo Universitário, e as mais diferentes tensões devem contribuir para o enriquecimento do valor cultural das inter-relações e a formação do ethos universitário próprio.
A jovem Universidade Federal de Campina Grande nasce multicampi mas com seu tamanho reduzido. Com a expansão universitária, a partir de 2006, ocorre a duplicação de todas as estruturas: número de campus, número de cursos, alunos, docentes... Nesse momento as estruturas mais antigas que já estavam em contato e que haviam atingido o equilíbrio térmico sofreram alterações, as novas estruturas ainda não estão em contato a tempo suficiente. A nova UFCG não atingiu o equilíbrio que apenas um contato contínuo pode promover.
Se vivemos em um século em que a relação local-global é colocada no centro da discussão educacional, em que a discussão da mobilidade acadêmica como estratégia para um aumento da qualidade (mas também da equidade) ganha volume, conforme as discussões durante a Conferência Mundial da Educação Superior de 2009; no momento em que o Plano Nacional da Educação 2014-2024 coloca importantes desafios e propõe estratégias claras também na direção de um maior contato entre as diferentes estruturas de ensino superior, no nosso horizonte de Universidade Multicampi é natural que voltemos nossos pensamentos para essa realidade.
Se desejamos atingir o equilíbrio entre as diferentes Unidades da UFCG, não precisamos induzi-lo, basta permitir o contato das estruturas para que o equilíbrio seja atingido, da mesma forma que é atingido o equilíbrio térmico, não manipulando ou induzindo as variáveis, simplesmente eliminando as barreiras e permitindo o contato.
Analisando as nossas estruturas, salta aos olhos uma barreira, permitimos que estudantes façam mobilidade acadêmica para estudar na China ou no Mato Grosso, mas não permitimos que esses estudantes possam fazer parte dos seus estudos em outro campus da própria UFCG. Sob todos os aspectos, é muito difícil justificar a existência dessa barreira e sem dúvida, sua eliminação pode colaborar em muito para um intercâmbio de conhecimento e cultura de um campus universitário para outro, e esse simples contato pode agir como potente facilitador nas relações entre os cursos de áreas afins e entre os docentes.
A proposta da Pró-Reitoria de Ensino do programa de mobilidade acadêmica interna é exatamente essa, permitir um maior contato para que se possa formar uma maior identidade entre os cursos, para que as ações acadêmicas voltadas à qualidade possam mais facilmente circular entre nossos campus e construir uma identidade para os nossos estudantes adequada para o enfrentamento dos desafios necessários para a sociedade do novo milênio, qual sejam, a necessidade da busca pelo conhecimento nos mais diferentes locais e a implementação de soluções que tenham como preocupação o respeito às diferenças pessoais e regionais. Queremos uma Universidade com identidade única, e a identidade deve se formar em um ambiente de liberdade. Em outras palavras, temos como objetivo contribuir uma UFCG horizontalmente igualitária.
Com o objetivo claro, foi possível desenhar um programa seguindo os moldes do programa de mobilidade Andifes, já bastante tradicional e de sucesso reconhecido tanto do ponto de vista do acesso dos estudantes, mas também dos modelos de gestão.
Juntamente com a proposta de regulamentação das mobilidades acadêmicas nacionais e internacionais, pretendemos tratar todos os programas de mobilidade em igual patamar. É necessária uma orientação no âmbito do curso de origem para auxiliar o aluno a escolher uma programação que possa enriquecer o currículo e o curso de origem deve cotejar a proposta do aluno com as suas possibilidades de oferta.
Esse modelo permite agilidade no aproveitamento das disciplinas, regularidade do tratamento de Estágios realizados em mobilidade, segurança e controle da qualidade acadêmica, registro preciso para o Censo de Educação Superior e participação efetiva dos cursos nos processos de mobilidade.
Alguns cursos da área da saúde já enfrentam uma realidade de mobilidade, com um registro que não é inteiramente fidedigno de suas situações acadêmicas. Com a proposta, teremos um controle mais preciso do registro acadêmico dos alunos dos cursos de saúde, permitindo que o processo de colação de grau seja mais ágil.
Os detalhes da proposta estão em duas minutas de resoluções enviadas para a Câmara Superior de Ensino e estão em análise desde dezembro.
Acompanhe o desenvolvimento da proposta, contribua com o Conselheiro que o representa, vamos ajudar a UFCG a ser cada vez mais forte e cada vez mais unida.
Redes Sociais