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Educação à Distância na UFCG

Publicado: Terça, 16 de Fevereiro de 2016, 12h54 | Última atualização em Segunda, 18 de Março de 2024, 15h55 | Acessos: 7283

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Em discussão na Câmara Superior de Ensino, proposta que possibilidata a oferta de disciplinas semipresenciais nos cursos de graduação presenciais.

A Educação à Distância caracteriza-se como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em tempos e lugares diversos.

Diversas políticas e dinâmicas envolvem a discussão acerca da Educação à Distância no âmbito do ensino superior brasileiro, articulado com o Sistema Nacional de Educação e seus processos avaliativos. Dentre os documentos legais que destacamos como mais significativos, como indutores do processo de expansão de um sistema de Educação à Distância, destacamos a Lei N. 9394/98, o Decreto-Lei N. 5.622 e a Portaria MEC N. 4.059, de 10 de Dezembro de 2004, além do Plano Nacional de Educação 2014 – 2024.

Destacamos a Portaria N. 4.059 que regulamenta a introdução, na organização pedagógica e curricular dos cursos superiores reconhecidos, de componentes curriculares integrantes do currículo, que utilizem na oferta de disciplina a forma semipresencial, limitado ao máximo de 20% da carga horária do curso, sem a alteração da natureza presencial do curso.

Embora a discussão sobre EaD no Brasil seja já bastante antiga, marcada pela inspiração na experiência da Open University britânica, é no ano de 2015 que o assunto ganha centralidade, ao ser reconhecida como estratégia de escolha para atingir a meta de crescimento de matrículas do Ensino Superior a Educação à Distância.

A UFCG tem se mantido cautelosamente longe dessa temática, com algumas experiências incipientes mas fundamentais para a construção de uma bagagem técnica, um conhecimento das dificuldades no caminho e para o estabelecimento de uma cultura de uso de tecnologias de informação e comunicação.

Considerando a massificação dos meios de comunicação eletrônicos, é importante que a nossa realidade acadêmica reflita a realidade e a diversidade de opções apresentadas na sociedade para que possamos atingir os nossos compromissos como educadores. No seio da UFCG faz-se, portanto, fundamental e estratégico que possamos construir uma prática social-educatica-dialógica de um trabalho coletivo, de autoria e colaborativo, articulado para o desenvolvimento de uma arquitetura pedagógica e de gestão, integrada ao uso significativo de tecnologias de informação e comunicação, voltada para a formação crítica, autônoma e emancipadora.

É um convite a análise do que Dourado (2002) afirma:

(...) é fundamental não perder de vista que as tecnologias não determinam a sociedade, "dado que a tecnologia é a sociedade, e a sociedade não pode ser representada sem suas ferramentas tecnológicas" (Castells, 1999, p. 25). Ou seja, as novas tecnologias não se apresentam como simples veículos da ideologia dominante ou ferramentas de entretenimento puro e inocente. Ao contrário, é fundamental compreendê-las como ferramentas produzidas e apropriadas socialmente, uma vez que as novas tecnologias incorporam e disseminam discursos sociais e políticos, cuja análise e interpretação não são uniformes ou padronizadas, o que exige métodos de análise e críticas capazes de articular sua inserção na economia política e nas relações sociais em que são criadas, veiculadas e recebidas. Pensar o papel das novas tecnologias, nesse contexto, implica romper com a mística que acentua o papel das tecnologias da informação e comunicação (TIC) como as protagonistas sociais, remetendo ao necessário desvelamento do Estado em sentido amplo, entendido como espaço de luta política e expressão da condensação de forças entre sociedade civil e política, e de sua materialização no campo das políticas engendradas e materializadas pelo Estado na sociedade. Ou seja, é fundamental romper com a naturalização de concepções e sistemas políticos como se fossem meras decorrências de inflexões de bases digitais ou resultantes da pretensa hegemonia assumida pelos recursos midiáticos. Ao mesmo tempo, implica não perder de vista a complexidade do cenário sociopolítico em que as TIC assumem papel significativo, como veículo formativo, tendo em vista que imagens, sons, narrativas fornecem símbolos, mitos e recursos que favorecem a constituição do senso comum desagregado e funcional.

 

Nesse sentido, a Pró-Reitoria de Ensino passou os últimos dois anos trabalhando com a Coordenação de Educação à Distância para a formulação de estratégias que permitam a Comunidade Acadêmica mais liberdade para considerar as modalidades de oferta das disciplinas, preocupando-se mais em oportunizar dentro de uma estrutura normativa as experiências do que em induzir comportamentos.

Após conhecermos diversas estratégias que já são utilizadas por diversos professores, após cotejar as possibilidades que a Instituição pode oferecer e procurando garantir a necessária flexibilidade para normatizar matéria tão volátil quanto a tecnologia, de aceleradíssimo crescimento e mudança, atingimos o consenso de que a possibilidade de oferta de disciplinas semipresenciais, no âmbito do curso das graduações presenciais da UFCG é o locus estratégico por excelência para o início dessas atividades.

Os documentos legais deixam claros os padrões de qualidade da oferta de Educação à distância e a necessária articulação entre as Diretrizes Curriculares, O Plano de Desenvolvimento Institucional e os Projetos Pedagógicos de Curso.

A proposta que apresentamos articula os trabalhos desenvolvidos no PDI no início dessa gestão e busca trazer à tona os elementos gerais do funcionamento da Universidade para que possam contemplar as novas rotinas. Dessa forma, entendemos que a oferta de disciplinas é de responsabilidade de uma Unidade Acadêmica, e portanto entendemos que a criação de uma disciplina semipresencial deve ter seu início na Assembleia da Unidade, que autoriza o docente a ofertar uma disciplina semipresencial, da mesma forma como hoje realiza com as disciplinas presenciais.

Contudo, toda a disciplina deve dialogar com o Projeto Pedagógico do Curso no qual está inserida, processo que tem origem no âmbito do Curso. Dessa forma, o diálogo é o curso que deve analisar a reforma de sua estrutura curricular para contemplar a utilização de metodologias que utilizam as TIC's explicitamente, e designar quais dentre o rol de disciplinas do curso pode ou deve ser ofertado à distância e qual delas não pode ser ofertada, explicitando a forma de avaliação.

A disciplina semipresencial proposta deve ser inteiramente inserida em um ambiente virtual de aprendizagem antes que possa haver qualquer matrícula de alunos, compreendendo o dever da intencionalidade pedagógica e os parâmetros de qualidade da Educação à distância entendemos que a proposta pedagógica da disciplina contempla todo o seu material pedagógico.

No plano de curso da disciplina deve, estar claramente definidos os encontros presenciais que possam haver e as avaliações que devem ser obrigatoriamente presenciais.

Acreditamos que essa proposta possa oferecer aos professores da UFCG que já possuem expertise na área de Educação à Distância e utilização de TIC's, novas oportunidades. Não acreditamos que compete a Pró-Reitoria de Ensino a indução de qualquer atividade nesse sentido, tão profundamente inbricado com a própria concepção do curso, o que temos a fazer é construir uma estrutura com possibilidades para percursos pedagógicos diversos, garantindo o rumo para uma flexibilização curricular adequada às necessidades formativas do novo milênio.

Nesse sentido, o conjunto de recursos que a UFCG pode disponibilizar no momento são bastante espartanos, competindo garantir um servidor estável e com segurança onde os cursos seriam hospedados, mas não sendo necessário o provimento de quaisquer outros serviços de gravação e edição de videos, iluminação, designer instrucional.

A liberdade é o maior benefício da proposta, com todas as consequências que traz. Uma comunidade acadêmica como a nossa tem responsabilidade, queremos permitir que a inovação não seja toldada por quaisquer motivos que não se apresentem sólidos à análise da qualidade de ensino.

O acompanhamento dessas experiências pedagógicas, com todas as ferramentas que temos, pode ser feito muito rapidamente e a partir daí teremos como determinar se é necessária a criação de mais estruturas de suporte para a educação à distância na forma semipresencial, com aporte de recursos humanos e financeiros.

Acompanhe a discussão na Câmara Superior de Ensino e colabore.

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